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O escritor (e astrólogo) Fernando Pessoa

O mais escorpiano dos geminianos.

Muitas vezes, uma pessoa pode apresentar características que não correspondam ao seu signo, ou que até pareçam contraditórias, como é o caso do grande escritor português,

“A vida é (...) um intervalo, um nexo, uma relação, mas uma relação entre o que passou, o que passará, intervalo morto entre a Morte e a Morte.”

Muitas vezes, uma pessoa pode apresentar características que não correspondam ao seu signo, ou que até pareçam contraditórias, como é o caso do grande escritor português, que era geminiano, mas que apresentava traços tipicamente escorpianos. E qual a explicação para isso?

Quando falamos que uma pessoa é de determinado signo, estamos falando que quando ela nasceu o Sol transitava por este signo, o que indica características básicas e também  como ela toma consciência do mundo e de si mesma. Mas o mapa sempre deve ser interpretado como um todo e há outras indicações tão importantes quanto o signo. Por exemplo, o tão falado e pouco compreendido ascendente. De fato, quando duas pessoas se conhecem, é relativamente comum um diálogo mais ou menos assim:

 

-- Qual é o seu signo?

- Escorpião.

-- Uau, intenso, ciumento, radical. E o seu ascendente?

- Libra

-- Hã...

As pessoas até têm um entendimento razoável sobre o signo solar, mas poucos têm ideia do que é e do que representa o ascendente. Astronomicamente falando, o ascendente é determinado pelo signo que ascendia no horizonte leste no momento e no local de nascimento da pessoa. Como cada signo ocupa 30 graus na mandala astrológica, e como ocorre variação de 1 grau a cada 4 minutos, o signo ascendente muda a cada 2 horas. Astrologicamente falando, o ascendente representa o vir a ser, o projeto de vida, o caráter e até a aparência física da pessoa. 

Mapa de Fernando Pessoa

 

Então, Fernando António Nogueira Pessoa, que  nasceu em Lisboa, numa quarta feira, no dia 13 de junho de 1888, às 15h24, é do signo de Gêmeos, e apresenta claramente as características deste signo, que é de elemento Ar, de modo mutável, associado ao intelecto e à comunicação, e a pessoas de natureza inquieta, que precisam de diversidade e de muita informação. Sua habilidade com as palavras e sua grande capacidade intelectual são as manifestações mais evidentes de sua faceta geminiana. E não é de se estranhar que sua carreira tenha sido totalmente compatível com este signo, já que, além do Sol, ele tinha três outros planetas em Gêmeos. Basta lembrar que ele é considerado um dos grandes escritores da civilização ocidental, mas que também foi tradutor e trabalhou com jornalismo e publicidade. Também não é de se estranhar que alguém com uma personalidade multifacetada e um grande interesse por uma diversidade de temas tenha escrito frases como estas:

“Cada um de nós é dois, e quando duas pessoas se encontram, se aproximam, se ligam, é raro que as quatro possam estar de acordo.”

“Os meus escritos, todos eles ficaram por acabar; sempre se interpunham novos pensamentos, extraordinárias, inexpulsáveis associações de ideias cujo termo era o infinito. Não posso evitar o ódio que os meus pensamentos têm a acabar seja o que for; uma coisa simples suscita dez mil pensamentos, e destes dez mil pensamentos brotam dez mil inter-associações...”

Contudo, Fernando Pessoa apresenta características que não correspondem exatamente à imagem de uma pessoa geminiana, alegre e falante, mas um tanto inconstante, que procura as áreas mais seguras da razão e prefere a leveza ao drama, sempre tentando evitar as emoções mais profundas e perturbadoras. Ele era introvertido e sua história, seus textos e seus poemas revelam uma inquietação constante, um estranhamento e uma profunda melancolia. Em seu trabalho fica evidente a necessidade de perscrutar os subterrâneos da alma, de mergulhar fundo nas coisas, talvez para tentar encontrar algo além da realidade ordinária, que aplacasse a angústia existencial que o atormentava. Tais características são mais compatíveis com o signo de Escorpião. E quando analisamos seu mapa notamos que ele tem ascendente em Escorpião. Talvez isso explique o fato de ter escrito sobre si mesmo de forma precisa, mas crítica e ácida, quase cruel.

 “Para mim, nada é nem pode ser positivo; todas as coisas oscilam em torno de mim, e eu com elas, incerto para mim próprio. Tudo para mim é incoerência e mutação. Tudo é mistério, e tudo é prenhe de significado. Todas as coisas são «desconhecidas», símbolos do Desconhecido. O resultado é horror, mistério, um medo por demais inteligente.”

Ele estudou profundamente a Maçonaria e a Rosacruz e chegou a ter contato com o ocultista Aleister Crowley. Aliás, Fernando Pessoa tinha um profundo interesse pelos ditos estudos místicos, como I ching, tarot, numerologia, cartomancia, e também a Astrologia. Sim, o poeta também era astrólogo. E em seu trabalho “Mar Portuguez” ele teria escrito doze poemas correspondentes aos 12 dignos do zodíaco e até criou o pseudônimo Raphael Baldaya para trabalhar e escrever sobre o tema. E teria feito mais de 1000 mapas durante toda sua vida, inclusive os de seus heterônimos, dos quais se tornaram mais conhecidos apenas 4, embora alguns estudiosos sustentem que ele teria criado várias dezenas deles. Pessoa criou até um heterónimo feminino , Maria José, mulher apaixonada platonicamente pelo serralheiro que via todo dia pela janela, para quem escrevia cartas de amor que nunca enviaria.

Ele levava a astrologia muito a sério e houve até um episódio curioso que envolveu a escritora brasileira Cecília Meireles. Através de um amigo, ela havia conseguido marcar uma entrevista com o escritor. Depois de duas horas de espera num café em Lisboa, ela recebeu uma mensagem de um portador na qual Fernando Pessoa se desculpava por não comparecer. Ele havia consultado os astros naquele dia e constatado que o encontro não seria aconselhável. 

 

Mapa do heterônimo Ricardo Reis na caligrafia do autor

E além do Ascendente em Escorpião, Fernando Pessoa tem o Sol e outros planetas na casa 8, que é a casa original deste signo. Portanto, Não é surpresa que ele seja reconhecido como um dos escritores mais importantes de todos os tempos, mas também não é surpresa que tenha chamado a si mesmo de “um drama em gente”. Então, a contradição é apenas aparente, e talvez não seja mesmo exagero afirmar que ele foi o mais escorpiano dos geminianos.



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