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Um Pouco de História da Astrologia

Brasil astrológico

Hoje, felizmente, a astrologia começa a ocupar a posição que sempre mereceu, equidistante do ceticismo reducionista e do misticismo barato, como objeto de estudo de mentes curiosas e abertas para outras possibilidades.

Em todas as culturas antigas surgiram representações simbólicas da correspondência entre os movimentos dos planetas no céu e a vida na terra. Ao contrário do que se pensa, no Brasil não foi diferente. Há inscrições rupestres que indicariam que os índios brasileiros praticavam alguma forma de astrologia, mas há poucos registros, já que a transmissão de seus conhecimentos se dava basicamente pela tradição oral. A Pedra do Ingá, na Paraíba, é uma delas.

Há várias teorias para explicar a origem dessas inscrições. Alguns acreditam que tenham sido os fenícios, outros acreditam que só os extraterrestres teriam a técnica e o conhecimento necessários para fazer as enigmáticas inscrições que, segundo estimativas, têm mais de 2.100 anos. A polêmica é compreensível, já que se trata de um sítio arqueológico no qual, além de seres humanos e animais, estariam representadas também todas as constelações do zodíaco. Também há um sítio arqueológico na Serra dos Caiapós onde se pode reconhecer símbolos cosmológicos que, segundo medições arqueológicas, foram feitos há mais de dez mil anos.

O Brasil é um dos poucos países que tem o que se pode chamar de atestado de nascimento, já que a carta de Pero Vaz de Caminha dá algumas indicações sobre o horário em que a terra foi avistada. Não se sabe o horário exato, mas sabe-se que foi no fim da tarde, assim o Brasil colonial seria Touro com ascendente em Libra ou Escorpião. E estima-se que o horário exato da Independência seria entre 16:3 e 16h58min. Assim, o Brasil como nação livre é do signo de Virgem e seria ascendente em Aquário (caso a Independência tenha ocorrido até 16:45 do dia 7 de setembro de 1822) ou Peixes (caso tenha ocorrido depois de 16:45). Como muitos astrólogos, trabalhamos com a hipótese do ascendente em Peixes, já que nos parece muito mais adequado ao país que conhecemos. 

Na década de 30, quando Plutão foi descoberto a Astrologia no Brasil ainda era uma atividade de pesquisadores e profissionais isolados. Os astrólogos ainda enfrentavam o  desafio de interpretar a descoberta do novo planeta quando foram surpreendidos pela conflagração da Segunda Guerra Mundial em 1939.

Em 1943, o ex-cônsul brasileiro em Paris, Demetrio de Toledo publica Eis a Astrologia. Demetrio era astrólogo e segundo consta Getúlio Vargas era um de seus clientes.Em 1950, graças à publicação do livro Mensagens do Astral, Instruções do espírito Ramatis psicografadas pelo médium Hercílio Maesm surge uma nova geração interessada em espiritismo e astrologia. 

Com o advento das grandes cadeias de rádio, surgem dois astrólogos com projeção nacional: Omar Cardoso e Assuramaya. A figura marcante de Omar Cardoso possibilita a popularização da astrologia e suas mensagens otimistas se propagam por grande parte do território nacional.

                                                                                           

Na mesma época, Assuramaya percebe a sintonia entre os ritmos lunares e a proliferação de micro-organismos e a partir dessa descoberta, passa a se dedicar ao estudo da Astrologia. Biólogo e proprietário de um laboratório de análises clínicas, iniciou seus trabalhos em 1954, na Granja Experimental de Astrologia, em Sepetiba no Rio de Janeiro. Em 1956 publicou o livro Introdução Astrológica à Zootecnia, onde analisava os ciclos férteis de animais selvagens e domésticos. Manteve um programa de rádio por 12 anos, escreveu para revistas e publicou o livro Manual de Astrologia.

Nos anos 60, a contracultura e o contato com a cultura do Oriente dão um novo impulso à Astrologia, que passa a ser estudada em todos os meios socioculturais. Surgem os primeiros cursos e em 1969 Antônio Facciolo Neto e Ivan Moraes fundam o IPA - Instituto Paulista de Astrologia. Zeferino Pina Costa foi o primeiro a trazer para o país um computador específico para cálculos astrológico e o surgimento do computador pessoal contribuiu significativamente para esse novo avanço.

Nos anos 70 Pedro Tornaghi começa a desenvolver um trabalho pioneiro de união da yoga e meditação com Astrologia, desenvolvendo um método que chamou de Astro Desprogramação. Em 1973, é lançada a Revista Planeta que desempenhou um papel importante na divulgação da Astrologia.

Em 18 de setembro de 1980 é fundada a Sociedade de Astrologia do Rio de Janeiro. Liderada por Maria Eugenia de Castro, a SARJ reúne o que há de melhor na astrologia nacional. Ainda nos anos 80, Sérgio Mortari estrutura um trabalho de diagnóstico utilizando-se de fundamentos da Astrologia, além de se tornar o primeiro professor regular de um curso de Astrologia e Medicina, no Instituto Delphos, de São Paulo. Em 1981 Fernando Fernandes produz a primeira dissertação de mestrado brasileira que analisa o fenômeno da cultura alternativa, abordando as comunidades rurais e o conceito de Era de Aquário. Nessa mesma época, surge em São Paulo um grupo liderado por Wanderley Vernilli, com uma abordagem psicológica da astrologia. Em 1986, Amauri Magagna produz o Vega, o primeiro software genuinamente brasileiro de Astrologia. Em 1987 Adonis Saliba e Dulce Montes fundam a AstroInvest, empresa dedicada à astrologia financeira. Em 1989, Maurício Bernis tornou-se o primeiro astrólogo a trabalhar profissionalmente com astrologia empresarial. Em 1992, ele fundou a Planum, a primeira empresa brasileira a prestar consultoria empresarial com base nos mapas astrológicos das empresas, e que está em atividade até hoje com o nome fantasia AstroBrasil®. Foi ele quem ministrou a primeira palestra e também o primeiro curso de formação do Brasil, na Escola Regulus, em São Paulo. Maurício também foi um dos idealizadores da CNA, criada em 2005, da qual foi o primeiro presidente eleito. Antes disso, em 1995, após grande sucesso nas colunas de jornais e revistas, Oscar Quiroga já havia estruturado em São Paulo o primeiro serviço de atendimento astrológico pelo telefone.

Na história da astrologia brasileira merece destaque o trabalho de Emma de Mascheville. Filha de um pastor e de uma artista plástica, Emma nasceu em Hamhausen, na Alemanha, em 10 de fevereiro de 1903. Foi educada pela tia, Ida Hofmann, fundadora da primeira comunidade espiritualista e naturista da Europa. Veio para o Brasil em 1925, onde conheceu seu marido, Albert Raymond Costet de Mascheville, que a iniciou em seus estudos de astrologia. D Emmy, como era chamada, fez milhares de mapas e trabalhou por mais de 50 anos com ensino e aconselhamento astrológico. A essência de seu pensamento encontra-se no livro Luz e Sombra - Elementos Básicos de Astrologia. Também merece destatque o Almanaque do Pensamento. Criado originalmente pelo Círculo Esotérico Comunhão do Pensamento, o Almanaque já é publicado há 103 anos, e se tornou parte integrante da história da astrologia no Brasil.

Hoje, felizmente, a astrologia começa a ocupar a posição que sempre mereceu, equidistante do ceticismo reducionista e do misticismo barato, como objeto de estudo de mentes curiosas e abertas para outras possibilidades. 



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