Carl G. Jung - Leonino, pai da psicologia analítica e astrólogo
A astrologia como linguagem simbólica do inconsciente
Um dos mais influentes pensadores do século XX, de uma curiosidade intelectual insaciável, não via incompatibilidade entre ciência e espiritualidade, estudou psiquiatria,literatura, mitologia, sonhos, I Ching, tarot alquimia e astrologia.
Carl Gustav Jung teve forte impacto na cultura ocidental, não só no campo da psicologia, mas também na filosofia. Inicialmente, foi colaborador de Freud, com quem rompeu por divergências teóricas. Foi pioneiro em sua área e desenvolveu a teoria e prática da psicologia analítica. Psiquiatra e psicoterapeuta, ficou conhecido por conceitos como inconsciente coletivo, arquétipos, sincronicidade e, persona, animus e anima e individuação.
Jung nasceu em 26 de julho de 1875, em Kesswil, uma pequena cidade suíça. Leonino, com ascendente em Aquário e a Lua em Touro, era filho de uma típica dona de casa e de um pastor protestante, com quem tinha sérias divergências sobre religião, o que está indicado em seu mapa pela oposição do Sol com o Ascendente e pela quadratura de Saturno na casa 1 com Plutão na casa 3.
Sua infância na zona rural da Suíça foi marcada por muitos momentos de solidão, o que contribuiu para que desenvolvesse espírito questionador, compatível com seu ascendente Aquário, e buscasse adquirir e estruturar teoricamente seu conhecimento, como indicado pelo trígono de Saturno no ascendente com Júpiter na casa 8.
O mesmo aspecto astrológico é compatível com os sonhos e as visões que Jung teve entre 1913 e 1914, que, associados ao rompimento com Sigmund Freud, tiveram grande influência em seu trabalho, como ele revelou em sua autobiografia, Memórias, Sonhos e Reflexões.
Ele tinha uma curiosidade intelectual insaciável, aliando uma sólida formação acadêmica aos estudos de outras disciplinas. Sempre teve interesse pelo que chamou de linguagem simbólica da psique, o que o levou a estudar sistematicamente teologia, literatura, mitologia, sonhos, I Ching, tarot alquimia e astrologia.
“A astrologia representa a soma
de todo o conhecimento psicológico da Antiguidade.”
Muitos o criticaram e o classificaram como místico por tentar conciliar ciência e espiritualidade, outros o chamaram de visionário pelo mesmo motivo, o que está simbolizado em seu mapa pela quadratura de Netuno com o Ascendente.
Graças à sua abordagem, foi possível ampliar a interpretação astrológica. Segundo Jung, a experiência humana estaria impressa simbolicamente nos céus e no inconsciente e a mandala astrológica representaria o caminho da individuação. As casas astrológicas simbolizariam a viagem de superação de um obstáculo psíquico ou de um complexo autônomo.
"Tudo o que nasce ou é feito em certo momento,
tem as qualidades desse momento."
No livro Sincronicidade, ele publicou um estudo sobre 483 pares de casais, buscando encontrar uma conexão entre os mapas do homem e da mulher, analisando os aspectos ptolomáicos indicadores favoráveis aos relacionamentos, como Sol e a Lua de cada um.
Jung tinha Mercúrio, planeta do intelecto, em conjunção com Vênus, na casa do trabalho cotidiano, o que podemos associar ao seu interesse pelas culturas ancestrais e pelas origens, como mostra seu trabalho com os índios pueblo, do Novo México. Também chama atenção o posicionamento de Júpiter na casa 8, que é compatível com seu interesse por ocultismo, parapsicologia, etc.
Curiosamente ele tinha Vênus em Câncer e a Lua em Touro, indicações de necessidade de constância e segurança afetiva e emocional, mas a Lua estava em quadratura com Urano, o que também indica necessidade de liberdade e comportamento imprevisível em determinadas circunstâncias.
De fato, Jung foi casado durante 50 anos com Emma Rauschenback, com quem teve 5 filhos, aliás, nenhum tenha seguido propriamente a carreira do pai, uma de suas 4 filhas formou-se em medicina e se tornou analista, mas, a despeito de sua vida conjugal aparentemente estável, ele viveu um triângulo amoroso com Toni Wolff, que era sua paciente e uma espécie de segunda esposa.
Além disso, sabe-se que ele teve outros casos amorosos ao longo desse tempo. O ferino jornalista Paulo Francis disse certa vez sobre essa faceta de Jung “O homem era um príapo”, o que também não deixa de ser compatível com Sol em Leão na 7, Marte em Sagitário e Mercúrio conjunção Vênus no mapa do famoso psiquiatra.
A diversidade de seus interesses, a originalidade de suas ideias e a profundidade de seu pensamento marcaram profundamente a cultura ocidental do século 20 e continuam reverberando até os nossos dias. Deixou como legado uma vasta obra, com mais de 30 livros, dos quais se destacam, além dos já citados, O Homem e seus Símbolos, O Eu e o Inconsciente e o Desenvolvimento da Personalidade. Jung morreu em 6 de junho de 1961, aos 85 anos.